O sexo a dois, entre quatro paredes, pode estar correndo risco de extinção. Principalmente no que depender da libido da moçada que hoje tem entre 18 e 30 anos. Para boa parte dessa turma, a chamada geração millenium — que cresceu bombardeada por sites pornôs, programas eróticos da TV a cabo e por publicações que chegam a prometer um orgasmo por segundo —, uma transa “normal” já não basta. Ficou chata, careta, sem graça. São meninos e meninas que, em sua maioria, perderam a virgindade bem mais cedo que seus pais, conforme explica a psiquiatra Carmita Abdo, do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Há duas ou três décadas, os homens começavam a transar aos 16 anos e as mulheres aos 20”, diz. “Hoje, a iniciação sexual acontece aos 15 para ambos os sexos.” Ou seja, a comparação entre os gêneros aumentou e criou uma espécie de braço de ferro sexual em que a performance supera o desejo. Mais do que amar ou gozar, os jovens de hoje querem mostrar que são super-homens e mulheres-maravilha. Ainda que para isso precisem recorrer aos superpoderes de anabolizantes sexuais contemporâneos, como os remédios contra impotência, as baladas liberais (versões modernas das antigas casas de suingue) e até práticas sadomasoquistas extremas, como a asfixia erótica. Ali, entre gemidos, sussurros e alguns “ei, você, me empresta uma camisinha?”, Marcos, a namorada Patrícia e outros 15 ou 20 jovens bonitos como eles participam de experiências sexuais de todos os tipos. Há quem se masturbe, troque de parceiro, transe somente com o oficial e quem — como nós da equipe de Marie Claire — só fique parado, estarrecido com uma cena que dificilmente sairá da cabeça. “É como um filme pornô, ao vivo. Com a diferença que, aqui, nós somos os atores principais”, diz Marcos. “E os diretores”, completa Patrícia.
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